A história que vos vou contar passou-se num
tempo, em que animais, humanos e toda a natureza viviam em comunhão, harmonia e
liberdade.
Todos partilhavam o espaço comum, procuravam
conhecer-se melhor e ajudar-se mutuamente.
Hoje, vou falar-vos de uma cria de loba e de uma borboleta que, parecendo dois seres tão diferentes podem, se quiserem, encontrar pontos comuns para uma verdadeira amizade.
Hoje, vou falar-vos de uma cria de loba e de uma borboleta que, parecendo dois seres tão diferentes podem, se quiserem, encontrar pontos comuns para uma verdadeira amizade.
As crias, como todos sabem, são curiosas e
aventureiras, sempre prontas a partir à descoberta.
Certo dia, quando já queria lutar pela sua
independência, a cria afastou-se e foi andando, andando até se encontrar
totalmente perdida.
Desorientada, olhou para um lado e para outro, a ver se conseguia descortinar o caminho de volta, ao aconchego da toca e da sua família.
De repente, levantou a cabeça e mesmo por cima dela, passou um ser leve e delicado, com o corpo coberto de várias risquinhas coloridas que se abriam sobre as suas costas, como se fora um leque e que ela não conhecia.
Parou para ver melhor aquele ser extraordinário, e admirado perguntou:
Desorientada, olhou para um lado e para outro, a ver se conseguia descortinar o caminho de volta, ao aconchego da toca e da sua família.
De repente, levantou a cabeça e mesmo por cima dela, passou um ser leve e delicado, com o corpo coberto de várias risquinhas coloridas que se abriam sobre as suas costas, como se fora um leque e que ela não conhecia.
Parou para ver melhor aquele ser extraordinário, e admirado perguntou:
- Quem és e como te chamas?
- Eu sou uma borboleta e chamo-me borboleta,
respondeu o serzinho.
- O que é isso que se abre sobre as tuas
costas e para que serve? – perguntou de novo o lobinho.
- São asas e servem para voar – respondeu a
borboleta, pousando graciosamente nas costas do lobinho.
- Nunca tinha visto ninguém igual a ti. Porque
não tenho eu umas asas assim? perguntou de novo.
- És um lobinho. Os lobinhos não têm asas e
não voam.
- O que é voar?
- É poder andar pelo ar em vez de pelo chão, percorrer as flores, aspirar o seu néctar e, poder por exemplo, subir para as tuas costas sem cair nem te magoar.
- O que é voar?
- É poder andar pelo ar em vez de pelo chão, percorrer as flores, aspirar o seu néctar e, poder por exemplo, subir para as tuas costas sem cair nem te magoar.
Esta explicação aumentou ainda mais a
curiosidade do lobinho que repetiu admirado:
- Podes voar de flor em flor, conhecer outras
terras, aquelas de que os velhos lobos da alcateia falam?
- Claro que sim – respondeu a borboleta.
Lobinho e borboleta fizeram um pequeno silêncio que foi quebrado por ele.
Lobinho e borboleta fizeram um pequeno silêncio que foi quebrado por ele.
- Borboleta, vou chamar-te fluflu daqui em
diante. Queres ser minha amiga? Vais mostrar-me os mundos que conheces?
- Gosto muito desse nome que inventaste para
mim lobinho, a ti vou chamar-te simplesmente lobinho. Gosto do nome. Sim vamos
ser amigos. Eu mostro-te o mundo que conheço e tu, o que conheces.
- Mas há um problema, disse o lobinho. Não
tenho umas asas como tu e por isso não posso voar. Apenas posso correr
montanhas e vales contigo nas minhas costas.
- Tu ainda não sabes, mas não sou uma borboleta qualquer. Posso perfeitamente dar-te asas para quando precisares voar. Mas fica um segredo só nosso.
- Tu ainda não sabes, mas não sou uma borboleta qualquer. Posso perfeitamente dar-te asas para quando precisares voar. Mas fica um segredo só nosso.
- O lobinho ficou tão perplexo e ao mesmo
tempo tão feliz que apenas foi capaz de articular um sumido: está bem!
Depois disto, por ali se quedaram conversando,
conversando cada um dizendo ao outro o que conhecia do mundo.
Já tinha anoitecido e o lobinho deu-se conta de que não podia ficar ali sozinho. Disse à sua nova amiga que queria voltar para casa, mas que se tinha perdido e não sabia o caminho.
Já tinha anoitecido e o lobinho deu-se conta de que não podia ficar ali sozinho. Disse à sua nova amiga que queria voltar para casa, mas que se tinha perdido e não sabia o caminho.
- Não te preocupes, sossegou-o a borboleta. Levas-me
nas tuas costas e ensino-te o caminho para casa, queres?
- Claro
que sim. Fazes isso? Sabes o caminho para a minha toca?
- Sei. Vamos!
Chegados a casa, a mãe já ralada com a demora
do lobinho, quando os viu chegar abraçou muito o filhote e, depois das
apresentações, agradeceu à borboleta.
Mãe esta é a minha amiga fluflu. Posso brincar sempre com ela?
Mãe esta é a minha amiga fluflu. Posso brincar sempre com ela?
- Claro que podes, meu filho, respondeu
sorrindo a mãe.
Nesse dia começaram uma viagem, que ambos queriam e esperavam, não ter fim...
Foto da net alterada por mão amiga
Conto lido na Tertúlia do Grupo Et Quoi de Aveiro, em 24-2-2013
Nesse dia começaram uma viagem, que ambos queriam e esperavam, não ter fim...
Foto da net alterada por mão amiga
Conto lido na Tertúlia do Grupo Et Quoi de Aveiro, em 24-2-2013