30/12/10

Dias de estrelas!

Era uma vez um mundo encantado onde a luz renascia a cada passar de ano, nas mãos das crianças.

Estas, espalhavam-na ao seu redor fazendo nascer estrelas...

Que cada dia seja um dia de luz e estrelas, na vida de cada um...

A todos os que me acompanharam neste ano que se despede, e a todos os que passarem no que desponta

deixo o meu beijo agradecida.

Feliz Ano Novo!


A pintura é de Togedher

22/12/10

Boas Festas!

Neste rasgão de luz, que perpetuará os tempos dos tempos deixo mil bolas e em cada uma delas, um desejo meu e vosso...
Boas Festas com um beijo da

tb



foto: de Z. a quem agradeço

03/12/10

pescador de reflexos e sonhos


O sol quase desaparecia já no horizonte. O pescador saltitava de pedra em pedra, equilibrando-se em cada ravina, pico, ou onda para captar o melhor reflexo.
Por vezes ficava parado, olhando apenas. Esperando que a maré lhe trouxesse a tão desejada pescaria que há muito almejava.
Naquele dia, queria apanhar o sol a espreguiçar-se sobre o mar entregando-se nas ondas e nelas desaparecendo feliz.
Tão absorvido andava no seu intuito que nem se apercebeu de um serzinho minúsculo que o olhava e seguia atentamente todos os seus movimentos.
Nisto, uma onda, mais ciumenta dos reflexos do céu a espalharem-se reflectidos na água que beijava lentamente a areia e preguiçosamente se deixava escorregar,  lentamente como que a desafiar o olhar e atenção do pescador, de tal forma que se confundiam o chão com o céu e o obrigava a concentrar-se nelas, como se tudo à sua volta desaparecesse, levantou-se, revolta e splash! – molhou-o todo.
Enquanto torcia as roupas encharcadas, o pescador viu os reflexos do sol, desaparecerem escurecendo o dia e deixando antever uma figura em forma de nau vagueando pelas nuvens.
Assim, enquanto olhava estupefacto à sua volta, reparou na criatura ínfima sentindo um estremecimento interior.
- Quem és tu, perguntou ele contendo a admiração.
- Sou um ser que vive no mar e nas nuvens e que gosta de te vir admirar no teu afã de pescar sonhos, nuvens, reflexos do céu no chão e no mar, respondeu o ser.
- E o que estás aqui a fazer? Nunca te vi em outras vezes, tantas que por aqui ando.
- Sempre estive e estarei aqui, respondeu o ser. Sou o teu sonho e por isso te acompanho sempre.
- Então porque só agora me falaste e eu te vi?
- Porque foi hoje que te descuidaste com a onda ciumenta e eu vim para te acudir – respondeu, continuando:
- Vês aquela nuvem que forma uma nau? – é onde eu me desloco normalmente quando me quero dar a conhecer. Vim buscar-te. Tenho lá um banho quentinho, com algas do mar e sais do céu, para te aquecer e onde poderás realizar os teus sonhos enquanto quiseres e continuar a pescar reflexos, pedaços de céu-mar e sonhos...

Foto de Z. a quem agradeço a amabilidade

27/11/10

Ao romper do sol...




Sim,
procuro-te nos ventos mais agrestes, nos verdes ramos, nos penhascos
que se debruçam sobre ti, mar.
Sim, procuro em todos os azuis que os
meus olhos ainda que fechados, alcançam.
Procuro-te sim, mas apenas me
encontro cada dia mais a mim...e tu?
és sombra que te diluis mal o sol quer romper...
estendo-te a mão, ...
estendes-me a mão, mas tanta a distância...,
essa força que em vez de aproximar, suga, para o nunca mais...

Renascer

(...)

beijo-te com a ternura do sol
beijo-te com a ternura do mar
no beijo ao sol quando se põe
com a harmonia do mar quando acorda
sinto na tua boca,
o ondular

do mar
o sabor a maresia
e mais não somos
do que pedaços
de mar e sol

na alegria inebriante do renascer.

 

Foto: minha

 

21/11/10

Com poesia no olhar...


Esperava há tanto que acontecesse um milagre. Costumava ficar ali esquecida escutando apenas.  Tinha já ouvido dizer que não havia milagres. Mas ela acreditava. Sabia no fundo de si mesma que sim, existiam, quando queremos muito.
Estava ali, parada ouvindo apenas o eco dos passos na calçada, que lhe chegavam de quem passava ao lado, sem sequer se deter para um olhar ainda que breve, perdendo-se sempre ao longe, ou o arrulho dos pombos esvoaçando por cima da sua cabeça, ou vez em quando, a criançada que por ali corria naquela alegre chilreada que lhes é tão própria.
Nessas alturas, ainda alimentava a secreta esperança de serem elas, as crianças, a realizarem o milagre. Mas não. A cada dia que ouvia estes sons, desviava ligeiramente a cortina para ver o que se passava mas, deparava sempre com aquele recorte de azulejo azulado onde se podiam ver os efeitos da marca do tempo, num passar vagaroso de dias que se transformaram em anos.
Sabia, ou melhor, suspeitava, que para além daquela parede devia haver  verdes prados salpicados de flores multicolores, mares, rios e, talvez, alguém que lhe alterasse a rotina, destino dos seus dias, que a mantinha cativa.
Tanto desejou que esse desejo se materializou.
Certo dia, aconteceu passar por lá um pescador de pérolas, com poesia no olhar, que a captou e a trouxe da parede onde jazia cativa, a ver o mar...

Foto oferecida pelo amigo JR a quem agradeço

19/11/10

Um dia, com as cores da minha fantasia pinto-te, quadro feito magia...


Foto da Xana

09/11/10

Crescer a olhos vistos


Criança pequena, mal se segurava ainda nas pernas e nas palavras, seguia o pai, enquanto este tratava da horta, saltitando alegremente.
O canteiro das alfaces acabadas de plantar, pareciam-lhes luzinhas verdes todas muito certinhas em carreira, em cima da maracha que havia de lhes ser suporte para regas futuras e dificultando o acesso às lesmas e caracóis tão amigos de se banquetearem com aquelas folhinhas frescas.
A cada dia que passava mais e mais se notava o crescimento daquelas folhinhas dando forma e corpo à adulta alface.
Certa vez a menina, sempre atenta aos gestos e palavras do pai ouviu-o dizer:
- As alfaces crescem a olhos vistos!
Estas palavras ecoaram naquela cabecinha pequena, maravilhando-a.
No dia seguinte, sem dizer nada a ninguém, sentou-se muito quietinha, junto do canteiro das alfaces e por ali ficou esquecida.
A mãe, dando pela sua falta, procurou-a e encontrando-a junto ao canteiro, perguntou-lhe:
- Filha o que fazes aqui? Andava doida à tua procura!
A menina, muito calmamente, olhando a mãe, com aquela ternura e simplicidade que só as crianças conseguem, disse-lhe:
- Estou a ver crescer as alfaces.
- A ver crescer as alfaces? – perguntou a mãe, muito surpreendida.
- Sim, respondeu a menina. O pai disse que as alfaces crescem a olhos vistos...
Como é bom ser criança!


foto da net

08/11/10

Voar, apenas

Vou por aí abrindo as asas e olhando o infinito...

desconheço o autor da foto, a quem agradeço.

02/11/10

Olhar...

Sento-me olhando este mar, mais parecendo estrada atapetada de sumo de romã e mel de rosmaninho. 
Ao longe os edifícios erguem-se no alto tentando tocar as nuvens.
Mais além, as nuvens ciosas do mar, vêm tocar-lhe beijando-o ao de leve e carregando-o no seu interior, até aos céus...
Um dia será chuva e lavará a minha cabeça em união com a Terra...

Foto de JR a quem muito agradeço

28/10/10

Gaivota

Adoro a praia à luz do luar.
A noite está à nossa espera, já viste o brilho da lua?
Não se deviam perder estas oportunidades...
Queres ir apreciar o abraço das ondas à areia indefesa?
Ontem elas abraçavam-na num aperto tão aconchegante que era visível
o amor reflectido nas conchas cristalinas.
As algas escreviam poemas na espuma branca do rebentar das ondas,
as estrelas do mar deixavam-se hipnotizar pela lua,
o nevoeiro cerrado chorava a nossa ausência.
Ontem é passado, mas hoje é presente,
ainda vamos a tempo da beleza poética do momento.


imagem da net

24/10/10

Sonhar

Deixa esta terra em que nos obrigam ao que não somos.
Vem, no preciso momento em que o sol beija o mar, num entrelaçar de asas,
como comunhão entre céu e mar.
Sonhemos...
Vamos voar!

21/10/10

brisa da maré...


Ainda a manhã esfregava os olhos sonolenta, a menina levantou-se percorreu, em passos decididos, os poucos metros que a separavam da janela abrindo-a, de par em par.
Este era o gesto diário que talvez mais prazer lhe dava.
O sol, preparando-se para enfrentar um novo dia entrava pela janela, enchendo de brilho uma nesga do chão, como que envergonhado de entrar, vindo beijar os seus pés.
Mas aquela não era uma manhã como as outras, pensou, mal abriu a janela.
A manhã acordara tristonha e o sol não sorria nem lhe veio beijar os pés. Debruçou-se perscrutando o horizonte à procura do acontecimento que provocara tal manifestação de tristeza ao sol e à manhã.
O seu amigo verdilhão que costumava cantar na janela, não cantou, o pintassilgo que saltitando na nespereira chilreava, estava calado. Havia um silêncio invulgar naquela manhã em toda a natureza...
Olhando para o manto azul imenso que se estendia à sua frente, reparou que faltava lá a figura.
Aquela presença tão constante destacando-se em contra-luz na linha do horizonte, entre o céu e o mar, sempre em movimentos nervosos e inquietos que lhe fazia lembrar uma pena, em revolteio levada pela dança do vento, talvez asa esvoaçante, talvez anjo vindo do céu para nos alegrar o olhar, faltava.
Naquela manhã, não lhe poderia acenar como habitualmente, ainda que ele de costas, não visse o aceno.
- Que teria acontecido, interrogou-se a menina, falando com os seus amigos pássaros?
- Deve ter ido na asa de alguma gaivota, responderam os amigos.
- Esperemos então que volte depressa, com a brisa da maré, respondeu a menina, pois se assim não for o azul escurecerá, o sol criará pétalas de esmeraldas nos seus olhos, que taparão o brilho do olhar, a areia nunca mais vai ser doirada, e vocês amigos, não tornarão a cantar.
Voltará na brisa da maré?...



foto: da net.



05/10/10

Deixa-me ser o que sou

Deixa-me ser o que sou,
O que sempre fui,
um rio que vai fluindo...
Em vão, em minhas margens
cantarão as horas
Me recamarei de estrelas
como um manto real
Me bordarei de nuvens e de asas,
Às vezes virão a mim as crianças banhar-se... Um espelho não guarda as coisas refletidas!
E o meu destino é seguir... é seguir para o Mar,
As imagens perdendo no caminho...
Deixa-me fluir, passar,
 cantar...
Toda a tristeza dos rios
É não poder parar!


Mário Quintana

Agradeço à amiga que me presenteou este poema, sabendo como admiro o autor!

28/09/10

Parabéns!

Era eu a corola onde inocente te abrigavas.
O tempo cioso correu célere e passou tanto e tão pouco de uma vida...
Seja eu sempre a corola que te ampare e tu, o mundo que desejes...
Abraço embrulhado em rosas e sois sorridentes.

15/09/10

Abraços de alma

...Esvoaçante percorrendo horizontes e abraçando o sol nas asas...

Há pessoas que nos ajudam a ser um pouco mais. Como quem me mimou com esta maravilhosa foto.

29/08/10

Guardião

do moinho velho em paraíso perdido nesta nossa Natureza encantadora e encantada....Cascata da Cabreia

17/08/10

mimo dos dias...


Mimo é algo que podemos distribuir sem recurso a dinheiro.
Por isso fiz este miminho para ti, com carinho e muitos beijinhos no teu dia especial.


Os bonecos encontrei-os por acaso,  aí no espaço, sem saber a sua autoria. Mas agradeço, o facto de existirem...

08/07/10

Linhas

Na Natureza tudo se nos aparece redondo ou arredondado. Só o ser Humano contraria a Natureza e constroi formas quadradas. Depois... bate com a cabeça nas esqunias. Será por isso?

04/07/10

linhas

O que me intriga a toda a hora que passa é que vive em nós e entre nós tanto Cristo que tentamos (e conseguimos) a todo o instante matar
talvez porque nos formataram para que tudo se passe amanhã numa outra dimensão (o céu, olhando para cima)
esquecendo que o acima e abaixo não existe porque caminhamos num plano esférico vagueamos "regulados" pelas leis que regem os planetas e das quais nem temos consciência...
...mas isto sou eu a pensar...

21/06/10

Talvez...

mar com rosto

sem sombra
com rumo
que me afagas
onde me perco
onde sou
verdadeira onda
talvez barco,
alga, gaivota
talvez coral,
pena leve à tona
talvez grão de areia
fino no chão
ou revolto nas ondas
em turbilhão
talvez pássaro, peixe, alga
finos braços
onde tu serás,
porto de abrigo
seguro
onde aportar...

foto de JR a quem agradeço

18/06/10

Mais pobres
























...que aqueles que o negaram em vida, não o exaltem na morte...
A literatura portuguesa ficou de facto mais pobre.


foto da net

17/06/10

poesia vinda das estrelas...


hoje apetece.me rosas

e silêncio e
e ampla intuição
para colher as horas como se fossem feno ou
apenas pó___________ a dilatação da
língua não chega para ser impulso ou hipnose
hoje só quero ser restante
a sós.
e

_______________ r.o.s.a.s ____________e


desço-me. em nome próprio do êxtase. declaro que é folha breve mas cintilante a que filtra a transparência. sem celebrações pânicas. apenas ida das inacessíveis rosas que se perfilam como um ventre. mátreo. manto de essências__________ a única eternidade.







In As Lágrimas Estão Todas na Garganta do Mar.
 


Um "cheirinho" de estrela que roubei ao Pires F., obra que se pode adquirir na livraria Almedina ou na net em:

http://www.almedina.net/catalog/product_info.php?editoras_id=&products_id=10659